País tem saldo positivo no emprego formal em 2020, mas não recupera vagas perdidas na pandemia
Apesar do saldo positivo, os resultados mostram que não foram recuperadas as vagas perdidas pelos efeitos da pandemia do coronavírus, que levaram a um fechamento de 1,6 milhão de postos de março a junho, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
O país eliminou empregos formais em março (-271 mil), abril (-948 mil), maio (-366 mil) e junho (-24 mil); e voltou a gerar postos em julho (geração de 140 mil), agosto (com saldo positivo de 244 mil), setembro (criação de 314 mil), outubro (com abertura de quase 389 mil) e novembro (414 mil vagas).
Já o resultado de dezembro foi de corte de 67.907 postos de trabalho, revertendo a tendência de crescimento observada desde julho -o último mês do ano é tradicionalmente de fechamento das vagas abertas para a temporada.
No ano, houve 15.166.221 admissões e 15.023.531 desligamentos.
Os dados reforçam ainda a diferença de comportamento no mercado de trabalho entre empregos formais e informais, já que a taxa de desemprego medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) foi de 14,1% no trimestre encerrado em novembro de 2020. Essa é a taxa mais alta para o período desde o início da série (em 2012).
Enquanto o Caged mede apenas o mercado formal, regido pelas regras da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), os dados do IBGE são mais amplos e pesquisam também o mercado informal.
Os números mostram que o ano teve perdas de empregos no auge da crise, de março a junho, e depois começaram a se recuperar -até a queda observada no mês de julho.
O resultado de dezembro ainda não tem ajuste de declarações feitas fora do prazo, o que, combinado com um maior atraso observado nas informações prestadas por empresas neste ano devido à Covid e a uma mudança na metodologia em 2020, deve levar a alterações nos números a serem observadas nas próximas divulgações.
Fonte: Folha PE