Empatia nas empresas: Alternativa para a sobrevivência das organizações sociais
Além dos alarmantes números de casos e óbitos causadas pela Covid-19, soma-se à crise, os milhões de desempregados, fome, desequilíbrio nas decisões e relações entre os governos, famílias enlutadas sem apoio emocional, aumento nos problemas relacionados com a saúde mental, falta de auxilio econômico, angústias e incertezas sobre o dia de amanhã.
Sem a previsão de vacinação em massa e conscientização total da população sobre os riscos da doença, a cada dia, o problema parece ganhar novas dimensões no país.
“Nesse triste e desafiador cenário, a palavra empatia tem recebido destaque e, as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) estão desempenhando um trabalho essencial para a população em dificuldade”, apontou Leonardo Coelho, presidente do Instituto BH Futuro (IBHF).
De acordo com Leonardo, na pandemia, muitas instituições do terceiro setor tornaram-se ainda mais essenciais, pois têm sido as responsáveis pela sobrevivência de muitas famílias.
Além da arrecadação e distribuição de alimentos, itens de higiene e roupas, muitas prestam atendimento psicossocial e educacional, zelando pelo futuro das próximas gerações.
“Em 2020, logo no início da crise, a maioria dessas instituições conseguiu arrecadar bons valores e itens de primeira necessidade, vindos da iniciativa privada e também de pessoas físicas.
Agora, em 2021, com o prolongamento da situação, novas famílias entraram para essa lista e estão passando por dificuldades. Consequentemente, os números de arrecadações estão ficando menores”, comentou.
Reflexo disso, uma pesquisa do Datafolha para a fabricante de bebidas Ambev, divulgada na Exame em dezembro do ano passado, apontou que as empresas do terceiro setor esperam enfrentar muitas dificuldades para se manter quando o mundo começar a se recuperar da covid-19.
Entre os diversos resultados apresentados na pesquisa, entre as principais dificuldades esperadas estão a falta de apoiadores financeiros, segundo 41% das ONGs que responderam à pesquisa, doações de materiais e equipamentos, para 13%, e voluntários para ajudar a organização a se reerguer, na opinião de 11%.
“De fato, a cada dia o nosso cenário fica mais crítico, pois as fontes de receitas ficaram mais enxutas. Para o pós-pandemia, será uma situação difícil de ser revertida. Levará um certo tempo para a recuperação de todos os recursos”, explicou o presidente do IBHF.
Nova realidade, novo formato, novos resultados
Com o isolamento social, na tentativa de minimizar algumas dessas dificuldades, mantendo os atendimentos e famílias assistidas sempre em contato, o IBHF precisou inovar, usando a tecnologia e as redes sociais como instrumento de apoio.
“Com a suspensão das atividades presenciais, migramos para trabalho remoto. Nesse contexto de crise, nos mobilizamos ao máximo para continuar o atendimento à comunidade e famílias já assistidas por nós”, explica a coordenadora de projetos, Maíra Matos.
Para aproximar ainda mais a comunidade, eles também criaram um grupo no Facebook para interação entre atendidos, famílias, comunidade e amigos do IBHF. Encontros virtuais online entre educandos e educadores também estão sendo realizados.
Seguindo a tendência das lives, o Instituto também organizou muitas atividades online. Entre os temas de curiosidades e aulas práticas, estiveram: “Benefícios do Ballet” – 201 visualizações; “Live Hip Hop” – 217 visualizações; “Live Música” – 197 visualizações.
Mesmo aplicando o atendimento online às famílias, por conta das limitações econômicas dos assistidos, nem todos têm acesso a smartphones, computadores ou até internet, e as atividades acabam não atingindo todo o público atendido presencialmente pela instituição.
“Isso também tem sido um grande desafio, pois sabemos o quão importante é o atendimento presencial na vida das crianças e de todos os familiares inclusos em nossa assistência social.
É uma situação angustiante, mas mantenho a esperança de que logo estaremos juntos novamente e desfrutando de todas as atividades proporcionadas pelo espaço IBHF”, finalizou Maíra.
Fonte: Rede Jornal Contábil .